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Situação da população angolana face a literacia financeira
Desafios e Realidades da Literacia Financeira na População Angolana

Fonte: INE, Inquérito de Literacia Financeira 2022

Edição: BIGSOFT
Análise estatística:
Alcides Cambundo (Consultor)
Revisão controlo de qualidade:
Joaquim Segunda (CEO)

Taxa de bancarização

Estudos realizados pelo INE em 2022 do Inquérito de Literacia Financeira (ILF ANGOLA), dá conta que apenas 32% da população angolana com 15 ou mais anos de idade possui conta bancária, isso significa que quase 7 em cada 10 angolanos não possuem conta bancária.
Este importante indicador sobre a taxa de bancarização pode espelhar situação da penetração das famílias no sistema financeiro angolano e no plano de inclusão financeira, aliás, a taxa de bancarização é um indicador fundamental para mensurar até que ponto vai a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira de um País (ENIF), para o nosso caso de Angola, uma taxa de bancarização abaixo dos 50%, indica que o país ainda tem muito trabalho pela frente no que diz respeito a integração e emancipação das famílias no sistema financeiro angolano, pois a bancarização é um dos caminhos para acesso e robustez ao sistema financeiro.

7 em cada 10 angolanos não possuem conta bancária

    Apenas 32% da população angolana com 15 ou mais anos de idade possui conta bancária.

 
Razão de não ter conta bancária

Um elemento muito importante ao analisar a taxa de bancarização, é saber de facto as razões pelas quais as pessoas não têm conta bancária, o gráfico mostra a maior parte das pessoas, no caso, quase dois terços (65%) da população não possuem conta bancária pelo facto de entenderem não ter rendimentos suficiente que justifiquem a abertura de uma conta bancária, esse baixo entendimento patente no seio da população é muito preocupante, isso quer dizer que os bancos comerciais ainda têm muito trabalho de sensibilização junto das comunidades sobre a necessidade de abertura de conta bancária, pois demonstra que a população não entende efectivamente quando e porquê abrir uma conta bancária. 

Por outro lado, há um outro grupo não berrante, mas preocupante, são aqueles que não têm documento que lhe permite abrir uma conta bancária, sobretudo se refere ao bilhete de identidade, neste caso os dados indicam que uma em cada 10 pessoas não possuem conta bancária por falta de documento de identificação, essa situação aponta a necessidade da conjugação de esforços entre os sectores da justiça (Direcção dos registos e identificação civil) e os bancos comerciais na promoção e massificação desses serviços de atribuição de identidade as populações pois sem os quais muitas pessoas ainda continuarão a ficar de fora do sistema financeiro bancário.


Qual a faixa etária que é mais bancarizada em Angola?

Nota-se que entre a população que possui conta bancária, na juventude das faixas etárias de 25-39 anos, mais de 40% da população destes grupos possuem conta bancária, comportamento inverso se verifica no extremo oposto, ou seja, entre a população idosa (65 ou mais anos) apenas 29% possuem conta bancária, revelando um declínio dessa camada populacional no acesso ao sistema bancário, sistema pelo qual estariam vinculados para salvaguardar situações sobre reforma e pensão no período da idade pós laboral.

 

Qual o nível de literacia financeira da população angolana?

É amplamente concebido e divulgado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico) que um país com um nível de literacia financeira acima da média, (>=90%) atinge o bem-estar financeiro, que é o objectivo principal da alfabetização financeira. De acordo a citação feita na pesquisa internacional de alfabetização financeira da OCDE/INFE em 2020, apresenta o conceito de bem-estar financeiro como: “um estado em que uma pessoa pode cumprir plenamente as

obrigações financeiras actuais e contínuas, pode se sentir segura em seu futuro financeiro e é capaz de fazer escolhas que lhe permitem aproveitar a vida”, CFPB[1], 2020. Nesta conformidade, o gráfico ilustra que o índice global de literacia financeira de Angola é cerca de 25%, estando na escala de classificação da OCDE entre [0% - 50% [, colocando assim o país num nível de literacia financeira baixo e considerado financeiramente analfabeto.




[1] Consumer Financial Protection Bureau


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